quarta-feira, 26 de maio de 2010

CHIQUEIROS SOCIAIS

Não é de hoje que existem iniciativas, realizadas pelo Poder Público e pelo Terceiro Setor, para conscientizar as pessoas que não devemos jogar o lixo nas ruas.

Para se ter um exemplo do tamanho do prejuízo que essa falta de educação das pessoas gera, a cidade do Rio de Janeiro gasta, anualmente, 400 milhões de Reais para retirar os lixos das ruas.

Toda essa fortuna é gasta porque o porco-humano não tem a capacidade de jogar o papel da bala ou o pacotinho do cachorro-quente na lixeira. É absurdo.

Dê uma volta de carro e observe. Em pouco tempo você verá um pacote de salgadinho, ou bolacha, ou uma carteira de cigarro… voando pelo vidro de um carro. Desculpem a expressão mas, quem faz algo desse tipo não pode ser chamado de outra coisa senão, PORCO (com todo respeito ao animal).

Em Rio do Sul, SC, foram colocadas diversas lixeiras pela cidade. Achei uma idéia muito boa essa iniciativa do poder público juntamente com o setor privado, mas infelizmente várias pessoas (leia-se porcos) ainda assim jogam seus lixos no chão (muitas vezes ao lado da lixeira). Isso sem contar com os vândalos que depredam as lixeiras. Talvez eles precisem provar para alguém que são machos e mostram toda a sua valentia contra as pobres lixeiras. Otários.

Essa conscientização também precisa ser feita continuamente nas escolas. Afinal, ali estão os futuros cidadãos. Se o aluno joga o pacote de bolacha no chão, alguém precisa fazê-lo recolher o lixo e jogar na lixeira. E, por favor pais, não é constranger um filho, querer ensiná-lo que lixo se joga na lixeira.

Como sempre a solução é mexer no bolso desses porquinhos. Por que não aproveitar a Guarda Municipal, que já está na rua, para autuar alguns “suínos” em pele de gente? Advertência na primeira vez. Prestação de Serviço numa reincidência. E multa se o  cidadão continuar com hábitos suínos.

É inaceitável que pessoas de bem convivam no mesmo ambiente que pessoas mal-educadas. Nós não devemos nos conformar em andar por chiqueiros sociais.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

A SEMIÓTICA E O PRAGMATISMO

Estudar signos. Essa é a ciência que chamamos de Semiótica. A teoria criada por Charles S Peirce estuda toda e qualquer linguagem. Outra filosofia de Peirce é o Pragmatismo. O Pragmatismo, por sua vez, e encarrega de determinar significados, baseados no método empírico e interligando o conhecimento e a intencionalidade.

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O Pragmatismo é uma filosofia que “procura um método que determine o significado real de qualquer conceito” (PEIRCE, 1977, p.193). Com isso, Peirce quer dizer que se faz necessário um método, um procedimento empírico, baseado nas experiências diárias que consigam determinar as significações que poderão resultar em um raciocínio.

Com o Pragmatismo, Peirce buscava explicar o hábito (a ação ou conduta humana) amparada nos principais desenvolvimentos filosóficos da história. A filosofia de Peirce era estruturada num tripé: Fenomenologia, Ciências Normativas e Metafísica. (BEHLING, 2008, 24)

Podemos “afirmar que  semiótica pertence a esta filosofia que o autor criou e chamou de Pragmatismo” (BEHLING, 2008, 39). Na estrutura do Pragmatismo, a saber, Fenomenologia, Ciências Normativas e Metafísica, a Semiótica é um desmembramento das Ciências Normativas que além da Semiótica enumera também a Ética e a Estética.

Ao estudar os signos a Semiótica avalia os significados desses signos. Daí a estreita relação entre Semiótica e Pragmatismo. O Pragmatismo quer dar significado a qualquer coisa ou conceito, enquanto a semiótica se ocupa com a significação dos signos.

Por fim, podemos analisar que existe uma linha muito tênue entre os estudos que Peirce dedicou ao Pragmatismo e as investidas dessa filosofia na Semiótica. Percebe-se ainda um entrelaçamento entre as ciências normativas e a fenomenologia, que estuda a experiência humana nos três momentos do fenômeno: Primeiridade, Segundidade e Terceiridade. Essa interação entre o estudo das significações transitam frequentemente entre a semiótica e o pragmatismo.

Referências:
BEHLING, Hans Peder. Caderno de Estudos Semiótica. Indaial. ASSELVI, 2008

segunda-feira, 26 de abril de 2010

MENORES ABANDONADOS VIRTUAIS

Assim diz um verso de uma música do Padre Zezinho: “Menores abandonados, alguém os abandonou…”. A palavra abandono traz e si mesma uma conotação de tristeza. A expressão “Menor Abandonado” já faz nascer nas nossas mentes a imagem de crianças perambulando nas ruas. Cheirando cola, assaltando, dormindo embaixo de jornais. Faz lembrar também daquelas meninas que vendem seu corpo por centavos… Menores abandonados, alguém os abandonou!

Mas, antes de falar sobre o título desse post, vamos deixar claro o que é um Menor Abandonado:

- é toda e qualquer criança ou adolescente que passa a maior parte do tempo na rua perambulando, alguns trabalhando, outros pedindo esmolas, e que não possuem mais um suporte familiar.

Suporte Familiar: Pais, Mães e Responsáveis que possam transferir educação, valores morais, e que possam oferecer as condições mínimas observadas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. E nessas condições mínimas está a responsabilidade dos Pais em proporcionar a Segurança dos Filhos.

Acontece que no mundo virtual, na internet, existem milhares de crianças e adolescentes que se enquadram como MENORES ABANDONADOS VIRTUAIS. Estão em um ambiente que oferece diversos perigos, desde a pornografia infantil e a pedofilia, até o incentivo a uso de drogas. Sem falar na desvirtualização dos valores morais e nas propagandas direcionadas a esse público que induzem ao consumismo desenfreado.

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Estão abandonados pois seus pais não fazem parte do mundo virtual. Não acompanham a vida virtual dos filhos. Como proteger os filhos das armadilhas da internet se os pais não estão supervisionando as atividades virtuais dos filhos? Como um pai  ou uma mãe podem saber orientar o comportamento de seu filho no Orkut, por exemplo, se esses pais desconhecem essa rede social?

Pais e mães responsáveis vigiam as atividades dos seus filhos na internet. Filhos que não possuem um suporte familiar no mundo virtual são presas fáceis e estão a mercê de qualquer pessoa mal-intencionada. São MENORES ABANDONADOS VIRTUAIS.

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sexta-feira, 23 de abril de 2010

DESCOBRIMENTO

Já se passaram 510 anos desde que Cabral e suas 13 caravelas descobriram grandes montes verde-amarelos. A descoberta do Brasil ocorreu no período das grandes navegações, quando Portugal e Espanha exploravam o oceano em busca de novas terras. Então para não ter muita “encrenca”, com o Tratado de Tordesilhas passamos a ser gajos verde-amarelos.

E o escambo começou. O extrativismo do Pau-Brasil, que entre outras características, produzia uma tinta avermelhada apreciada pelos europeus, era pago aos indígenas com bugigangas. Bem isso! Exploraram a mata. Exploraram o nativo. O Pau-Brasil valioso negociado com espelhos, apitos, chocalhos…

Somente três décadas depois é que os portugueses acharam por bem a colonizar as novas terras (com certeza com medo de que Holanda, França ou Inglaterra se interessassem pelas nossas riquezas, já que o Tratado de Tordesilhas era só com a Espanha).

E veio a colonização. Infelizmente a Colonização Exploratória. Diferente do norte americano onde prevaleceu a Colonização de Povoamento. Em poucas linhas: a Exploratória extraiu nossas riquezas e mandou para a Europa. A de Povoamento extraia as riquezas, mas estas permaneciam no continente.

Após mais de cinco séculos a exploração continua. Disfarçada, mas continua. Os lusos contemporâneos não são portugueses. São multiétnicos. “Étnicos”, não Éticos! Boa parte vestem ternos em Brasília. Boa parte sonegam impostos. Boa parte não devolvem o troco dado a mais. Boa parte não respeitam os pais, muito menos os professores. Pensam só no benefício próprio. Colonizadores exploratórios. Dessa dependência Dom Pedro não nos livrou.

domingo, 11 de abril de 2010

ROUPA NOVA – UM ESPETÁCULO

Roupa Nova

Descobri a diferença entre um Show e um Espetáculo. E quem assistiu ao Espetáculo proporcionado pelo Roupa Nova na Festa Nacional da Cebola de 2010, em Ituporanga – SC,  sabe do que estou falando.

Música. A essência da música. Música de verdade. Uma festa de sons harmoniosos e autênticos. Sem bundas requebrando no palco. Sem “rebolation” apelativo. Sem “galãs” temporários. Uma aula com professores com mais de três décadas de experiência.

Quem sabe fazer música, quem é músico de verdade, faz questão de apresentar ao público MÚSICA na essência da palavra. Bons músicos como Feghali, Nando, CLeberson, Kiko, Serginho e Paulinho, não precisam colocar dançarinas e dançarinos no palco, nem rebolarem (graças a Deus) para fazerem um espetáculo. Porque para eles o que importa é a Música. A música e seu papel social.

Faça uma reflexão sobre o impacto da música na nossa sociedade.

Sem preconceito ao estilo, mas sim a mensagem.
Alguns versos de algumas músicas:

”Ela gosta é de cara comprometido” – Piriguete
”Foge se a sua carteira tiver vazia” – Piriguete
”quando vê a gente ela se oferece” – Piriguete

“Vem prá cá que eu sou tigrão
Vou te dar muita pressão
Quando vejo um popozão rebolando no salão.
Não consigo respirar, fico louco prá pegar” – Só as Cachorras

“Sabe aqueles dias que tu acorda de ressaca muito louco doidão?
Tua roupa tá cheia de lama e a cachorra tá na cama” - Adultério

“Ela é atriz, ela faz cena, ela mete uma pressão
Se joga na minha frente, me engana não” Paga Pau

“Conhece toda forma de prazer,
faz amor só por fazer, só eu mesmo sei dizer…
… mas eu sei que é bandida
Bandida

Paremos por aqui. Que imagem de Mulher você formou? Suas irmãs, suas filhas, suas amigas, tias, mães… se encaixam nessa classificação de mulher? Infelizmente, alguma vez você já deve ter encontrado uma mulher se comportando como uma “cachorra” porque é comum tipos assim nos dias de hoje.

Agora veja isso:

“Mulheres sabem decidir
Mulheres querem ter muito mais
Mulheres são a mãe de todos nós
Mulheres são legais…
Mulheres vão da brisa a temporais
Mulheres são demais” Todas Elas

Esses são alguns versos da música Todas Elas, que inclusive foi tocada no espetáculo em Ituporanga.

A reflexão eu deixo por conta de vocês.

É consciência junto com a música. É responsabilidade junto com a música. É respeito com a sociedade. É Música de verdade! É Roupa Nova.

E como todo espetáculo, não faltou uma surpresa, um Gran Finale:

Os seis trintões dos palcos fizeram uma viagem ao mundo do rock. Puxando a guitarra com o solo fabuloso do Guns N’Roses em Sweet Child of Mine a viagem passou por Creedence, Roling Stones, Queen, Kiss, Beatles, Pink Floyd, Eagles com a lindíssima Hotel California, entre outros inesquecíveis sucessos.

Só o Roupa Nova pode proporcionar momentos como esse. Valeu!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

BRIEFING

A vítima começa a passar as informações do agressor ao responsável pelo retrato falado:

- Ele era branco e magro. Alto, bem alto. Mais ou menos um metro e noventa. Ele tinha cabelos pretos, lisos e longos que tocavam o ombro. Usava uma jaqueta de couro preta. Calça Jeans.

- Por favor Senhora, detalhes do rosto do agressor – interrompeu o desenhista.

- Sim, sim. Os olhos dele era grandes e escuros. Não, não tão grandes como esse ali que você colocou. Menos largos. Assim. Pensando bem, acho que não era tão escuros esses olhos. Isso, isso. O nariz era grande e pontudo. Mais largo um pouco. Humm. Acho que esse formato de rosto não é o certo. O queixo era maior. Quase quadrado. Tinha barba por fazer. Não assim tão espessa. Menos. Esse nariz... Diminui ele um pouco. Um pouco menos pontiagudo. Os lábios eram finos e a boca grande. Bem assim. Dá pra trocar essa sobrancelha? Põe uma mais espessa. Junta as duas acima do nariz.

Um momento de reflexão e observação na imagem.

- Moço. Acho melhor a gente fazer novamente. Não ficou parecido com meu agressor. Será que esses olhos não eram azuis?

thinking-cap

O Briefering está presente em diversas áreas de atuação. Acredito inclusive que está em todas, só não está formalizado como um documento.

O briefing é um levantamento completo de todas as particularidades de um projeto. Cores, formas, linhas, conteúdos.. . Tudo aquilo que o cliente/interessado acredita ser o melhor para sua finalidade. Muitas vezes (quase sempre) o profissional que desenvolve o briefing, precisa orientar o cliente em alguns pontos para que, no final, o resultado seja satisfatório e realmente apropriado para a finalidade esperada.

Todo projeto de Design Gráfico para ser bem elaborado precisa de um bom briefing.

Conhecimento é a diferença.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

BOLA DE GUDE

Foi na Páscoa (ontem). Passei em frente a um terreno baldio onde um pai e um filho brincavam de “clica” (bolinha de gude, bulica, qualquer outro nome). Meus pensamentos foram da alegria à frustração em dois ou três segundos.

Explico.

No exato instante que vi os dois relembrei saudosamente minha infância. Jogava bolinha de gude no recreio da escola. Eu era bem ruim nisso, mas gostava da brincadeira.

Achei tão bonito o carinho oferecido pelo pai ao filho, em ir até o espaço de terra batida para brincar. No meio de tantas famílias onde existe uma distância quilométrica entre pais e filhos, achei aquela cena digna de Páscoa. A Ressureição do amor.

Mas, e a frustração nisso?

Enquanto eu passava de carro e observava aquela cena, o pai percebeu minha admiração. Ficou constrangido. Disfarçou. Olhou pro outro lado.

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A decepção foi grande. Será que é vergonha dar atenção para um filho? O sociólogo Emile Durkheim, um mestre da observação social, já falou há muito tempo sobre a força que a sociedade possui sobre o comportamento do indivíduo. Agora minha pergunta é: Será que está certa essa pressão social? Será que está certa essa nossa sociedade? Se um pai precisa ficar disfarçando ao brincar com um filho de bolinha de gude por receio de que alguns “bobo-alegres” da sociedade o recriminem, nós precisamos reavaliar nossa conduta social.

Feliz menino, pobre pai.